Pequena Gourmet

Sobre pimentas e crianças coreanas.

Quando pergunto aos amigos coreanos como foi sua introdução às comidas apimentadas, eles olham como se fosse a coisa mais natural do mundo para uma criança.

E claro que é.

Comida, antes de tudo, tem a ver com aspectos culturais e vivência. Percebo isso claramente com a Júlia, que desde pequena foi iniciada nas cozinhas chinesa e japonesa. Com a coreana ela tem contato eventual, por isso não curte muito e se intimida com os sabores extremamente picantes.

Em nossa recente viagem para Los Angeles ficamos por acaso em Koreatown, no coração de downtown, e fomos a um restaurante que fica pertinho dali: o Seongbukdon, segundo o LA Times, um achado. 

Mesa farta, gostosa e por um preço justo.

Pedimos vários pratos e alguns clássicos, como o bi bim bap com ovo frito! A costela, cortada com tesoura, estava tenra e absolutamente saborosa. A supresa foi o potinho com salada de batatas com maionese. Como? Esse prato é um clássico da nossa família, no lado gaúcho e alemão! :-)

Já era final da noite e, antes de irmos embora, ganhamos um caloroso thauzinho da dona e cozinheira, uma graciosa senhora com carinha de avó, reforçando a nossa sensação de "comfort food".

Com certeza, os filhos dela e as crianças que estavam lá foram criados com pimentas desde o leite materno. A Júlia experimentou todos os pratos, tomou a sopinha até o final, mas ainda falta intimidade com as pimentas para dizer que gostou. 

 

Comida asiática em San Francisco. Desculpe aí se este post deixar você com fome... :-)

Neste carnaval, lá fomos nós para a Califórnia de novo. O roteiro foi diferente do ano passado e, consequentemente, as comidas também. 

Viajar com a Júlia é ótimo. É uma grande companheira em todos os momentos, até no avião, considerando um percurso que levou de São Paulo a San Francisco quase 18 horas (desde a saída de casa até a chegada no apartamento que alugamos via airbnb). Mesmo a comida da American Airlines não sendo grande coisa, ela não passou fome: comeu aquela gororoba sem reclamar.  

Chegamos famintas e, em uma semana de viagem - entre SF e Los Angeles -, deu para conhecer restaurantes orientais incríveis que iam surgindo pelo caminho, com ou sem referências.

A primeira refeição em San Francisco foi um almoço no Mifune Bistro, um japonês pertinho da casa de uns amigos. Já era meio tarde e não havia muita opção. Mesmo assim, foi legal. Para começar a viagem nada como um soft shell crab.

Em San Francisco, o melhor de todos foi o Hong Kong Lounge II. Sem dúvida, queremos voltar lá muitas e muitas vezes, porque mesmo comendo vários pratos, ficamos com vontade de provar todos os outros. Não conheço nenhum menu parecido em São Paulo. Os pratos são sofisticados no sentido do preparo, sabores e aromas. Desde os bolinhos de massa folheada até o bolo de pão de ló no vapor. 

Massinha levemente crocante com molho agridoce de porco e cogumelo!

Mais de dez pratos para 3 adultos e a Júlia, que no final disse q preferiu os aspargos. Simples, ela não curte massas nem frituras. Bem, ela poderia ser filha da Alice Waters... já os pais adoraram TUDO!!

Não gostou, mas ao menos provou...

O menu é assim...

Júlia e sua filha "Ivy" no Hong Kong Lounge II. Crianças são bem-vindas!

Ficamos apenas dois dias na cidade e ainda tivemos a oportunidade de provar a comida caseira preparada pela Manti, uma vietnamita e amiga nossa que mora no Vale do Silício. Antes de sairmos da cidade, paramos aleatoriamente em um tailândes simples e gostoso, mas nada assim especial para lembrar do nome ou voltar. A viagem estava apenas começando.

Restaurantes "chatos", não recomendados pela Júlia.

Passei mal de rir ao ver a Júlia fazendo uma lista dos restaurantes mais chatos. Cada um merece uma explicação. 

1) Lansonete da Sidade: ela não curte mesmo a Lanchonete da Cidade, mas os pais adoram, portanto precisa ir com eles de vez em quando.

2) "Lancitus": definitivamente não gosta da comida do Lanchitus.

3) "Levan": é o Le Vin: disse que não gosta de almoçar lá, mas jantar tudo bem.

4) "Xifu": depois que a dona do Chi Fu cobrou a rã que não comemos, eu e ela ficamos com birra do lugar, mas a diferença é que a birra dela não passou ainda ao contrário da minha. Disse que o lugar é "bocó"... rs

5) "Japonês aniversário": é na verdade um restaurante chinês tradicional da Liberdade onde foi celebrado um aniversário de família. Ela não comeu nada e, no final, ao ver todos os pratos com os mesmos restos gordurosos de molho de shoyo com maizena eu também senti repulsa.

6) "Etaliano Carne": é o Italy na Oscar Freire, onde ela comeu um bife ancho e reclamou que não era igual ao Fogo de Chão.. enfim...

7) "Restaurante com pimenta": um coreano que os pais adoraram em Los Angeles e ela nem tanto.

Falei para fazer uma lista com os favoritos, mas a Júlia disse que só importa aqueles onde ela NÃO quer ir. 

Tio Jorge e papai fizeram lagosta. Num sábado desses...

Asinhas assadas chinesas, com receita do pai japonês.

Um pacote inteiro de asinhas (meio da asa) temperado com sal, pimenta do reino, uma colher de sopa de pó de cinco especiarias (tem na Liberdade), meia colher de sopa de cominho, uma colher de sopa de mel, dez dentes de alho esmagados, três colheres de chá de óleo vegetal, duas colheres de maizena e duas folhas de louro. Misture e jogue todo esse tempero dentro do saco das asinhas e mexa até o tempero se espalhar no pacote. Deixe cerca de uma ou duas horas dentro do saco fechado. Coloque para assar numa assadeira grande (para não grudar uma asinha na outra), com a pele virada para cima. Põe 400 ml de água dentro da assadeira e deixe assando (em forno pré-aquecido ao máximo) durante cerca de uma hora, uma hora e quinze. Até a pele ficar bem dourada. Depende do fogão. 

Caranguejo perfeito.

Em Saussalito, do outro lado da ponte de San Francisco, na Califórnia, dá para comer caranguejos gigantes assim como o da foto. Aqui em São Paulo, eles são beeeeeem menores e fáceis de achar por um bom preço nos restaurantes chineses da Liberdade. Os pequenos dão mais trabalho, claro, mas são ótimos para desenvolver a coordenação motora das crianças. Desde o quatro a Júlia vem treinando e agora, aos 6, já consegue comer sozinha alguma coisa.

Uma flor para a Júlia no Aizomê.

A vida da mamãe da pequena Júlia está corrida demais, por isso este blog anda devagar. Mas isso não quer dizer que paramos de comer bem. Claro que não. Jamais.

Semana passada, fomos finalmente ao Aizomê, um restaurante japonês na Fernão Cardim. Chegamos quase 2h da tarde, sentamos no balcão e tivemos a chance de ver o sushiman preparar os pratos. Há quase 3 anos, a Júlia inexplicavelmente não queria mais saber de sashimi. Neste dia, neste restaurante, ela topou experimentar novamente e adorou. Acredito que a variedade de peixes ajudou (olho de boi, peixe espada, pargo, atum magro, atum gordo, etc,), assim como o momento feliz em que mãe e filha almoçavam juntas num lugar especial, no meio da semana.

Pedimos o menu mais bacana da casa. 

De entrada, vieram pedaços fritos de bacalhau, acompanhados de um delicado fio de pimenta que, claro, serviu de desafio para a Júlia experimentar. Depois, comemos pargo até não sobrar nada. Nós duas gostamos de praticamente tudo. A sobremesa, um bolinho de chocolate, veio numa bonita embalagem para honrar o bom gosto visual japonês.

Ao saber que a Júlia ama tomates, o sushiman Mauro preparou uma delicadeza para ela, transformando o tomate, que na verdade é fruta, em flor.

Agora, ela quer levar o pai.

 

 

Pimentas no Bom Retiro.

Sábado foi dia de descobertas. Fomos a um coreano do Bom Retiro que não sei o nome. No Foursquare, fiz o check in com base no endereço e apareceu um ideograma. A Júlia provou praticamente todos os pratos sem nenhuma reserva em relação às pimentas. Obviamente que as crianças coreanas e baianas são preparadas desde bebês para esse tipo de tempero, mas para os ocidentais comuns isso nem sempre acontece tão cedo. Pedimos macarrão preto (um clássico coreano, que vem acompanhado de uma tesoura para ser cortado), macarrão com legumes, carnes de boi e frango empanadas, camarão picante e arroz branco. Yummi. Bom demais.

 

 

 

Um japonês como no Japão.

Se eu não tivesse casado com um japonês e não fosse mãe de uma mesticinha, talvez eu jamais tivesse me iniciado na gastronomia do Japão. Teria ficado na superfície dos restaurantes de moda dos Jardins e Itaim, que servem sempre as mesmas coisas, com algumas invenções e variações sobre o mesmo tema. 

O primeiro restaurante que a Júlia foi é o Sushimassa, que fica pertinho de casa. Ainda é um dos favoritos dela, apesar de não ser tão autêntico. Acho que o fator "afeto" conta bastante, porque todos tratam a gente muito bem, principalmente a Rosane.

Semana passada, desbravamos um novo restaurante: o Suhi Guen. Fica numa discreta galeria na Brigadeiro Luiz Antônio quase esquina da Paulista. 

Assim que entramos, a Júlia exclamou: essa é uma casa japonesa de verdade!!

Talvez porque o ambiente é pequeno, acolhedor, usa bastante madeira e segue o padrão dos japas da Liberdade (crianças são ótimas para reconhecer padrões). Fica ao lado de outros dois restaurantes japoneses, com características diferentes.

A entrada é numa portinha de correr. Imagino que no Japão muitos restaurantes sejam assim.

O Sushi Guen, segundo meu marido, é tradicional.

Comemos comidas quentinhas e gostosas. As fotos falam por si mesmas.

Lamen com carnes e legumes. Uma refeição completa: proteínas, carboidratos e verdes.

Olha o que tem embaixo dos legumes... muito bom!!

Caldinho delicioso pra finalizar.

Antes de irmos embora, tivemos uma surpresa: encontramos a Rosane do Sushimassa. Ela não estava fazendo pesquisa da concorrência, mas apenas visitando o marido que é sushiman e estava ajudando o tio dele, dono do restaurante.

Mundo pequeno, né?

Um japonês como no Japão.

Se eu não tivesse casado com um japonês e não fosse mãe de uma mesticinha, talvez eu jamais tivesse me iniciado na gastronomia do Japão. Teria ficado na superfície dos restaurantes de moda dos Jardins e Itaim, que servem sempre as mesmas coisas, com algumas invenções e variações sobre o mesmo tema. 

O primeiro restaurante que a Júlia foi é o Sushimassa, que fica pertinho de casa. Ainda é um dos favoritos dela, apesar de não ser tão autêntico. Acho que o fator "afeto" conta bastante, porque todos tratam a gente muito bem, principalmente a Rosane.

Semana passada, desbravamos um novo restaurante: o Suhi Guen. Fica numa discreta galeria na Brigadeiro Luiz Antônio quase esquina da Paulista. 

Assim que entramos, a Júlia exclamou: essa é uma casa japonesa de verdade!!

Talvez porque o ambiente é pequeno, acolhedor, usa bastante madeira e segue o padrão dos japas da Liberdade (crianças são ótimas para reconhecer padrões). Fica ao lado de outros dois restaurantes japoneses, com características diferentes.

A entrada é numa portinha de correr. Imagino que no Japão muitos restaurantes sejam assim.

O Sushi Guen, segundo meu marido, é tradicional.

Comemos comidas quentinhas e gostosas. As fotos falam por si mesmas.

Lamen com carnes e legumes. Uma refeição completa: proteínas, carboidratos e verdes.

Olha o que tem embaixo dos legumes... muito bom!!

Caldinho delicioso pra finalizar.

Antes de irmos embora, tivemos uma surpresa: encontramos a Rosane do Sushimassa. Ela não estava fazendo pesquisa da concorrência, mas apenas visitando o marido que é sushiman e estava ajudando o tio dele, dono do restaurante.

Mundo pequeno, né?